Maria Rita - Não Vale a Pena



Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício, ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível e depois enxergar

Que é uma pena, mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema de tão pequeno
Mas vai e vem e envenena e me condena ao rancor
De repente, cai o nível e eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado o velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada

Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida


E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer

Que é uma pena, mas você não vale a pena

Comentários

Srta. Juliana,
Alguém capaz de escolher textos com tanta propriedade e bom gosto deve ter mais a falar do que você tem falado. Estou incomodadíssimo com seu silêncio. Ponha uma frase de comentário nesses textos. Uma jovem tão inteligente e tão calada é um desperdício. Satisfaça os fãs de seu blog. Se a Srta. persistir nesse mutismo, nós, os fãs, poderemos fundar uma associação e protestar na web. Um grande abraço, Srta. Juliana. Como eu já disse, simpatizo com a Srta. e seu blog.
Sugestão para puxar a língua: o que você faria se ganhasse 23 segundos adicionais de vida? Você comentou, mas não respondeu. Eu não me esqueci.
Outra coisa: vou a Portugal este ano e espero, se possível, ir também aos Estados Unidos. Gostaria, em especial, de conhecer Nova York. Sou leitor da New Yorker. Você conhece a revista? Mas minha curiosidade foi despertada mesmo ao ler textos de Truman Capote (um grande auutor, que você deveria ler) e um outro livro, sobre um mendigo das ruas de Nova York, The Joe Gold's Secret, se não estou enganado.

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