Paula Veras Pfeifer - Pequenos Escritos II

[...]Como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos - emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra. (Limite branco, Caio F)


- Você tem um cigarro?- Estou tentando parar de fumar.- Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.- Você tem uma coisa nas mãos agora.- Eu?- Eu. (Morangos Mofados, Caio F)


Fantasias. Delírios. E desejos. Para falar de amor, só assim. São tantos descaminhos, ruelas escuras e a estrada quase infinita da solidão. Até que aparece o cume da montanha, lá no fundo, lá no alto, branquinho e convidativo, e você olha e pensa: “To indo”. E aquele medo insano de pisar com toda força no acelerador se dissipa. Vem a coragem. A certeza. C-E-R-T-E-Z-A. Precisei dela por tanto tempo. Agora, tenho. Estamos enredados. Já percebi. Foi o momento exato. A hora certa. Número 7: magia, beibe. Me seduziu, tão dinâmico. Português impecável. Olhar tranquilo. Jeito doce, de pessoa simples. Ligou alguma coisa aqui dentro, quando já achava que meu coração havia virado uma daquelas máquinas de misturar cimento, sabe? Duro. Doído. Mas não. Vou com fé, acredito no invisível. Nos sinais. Basta estar quietinha, prestando atenção. Como aquela vez, tempão atrás. Eu tonta, almoçando num restaurante aonde nunca ia. Quando vejo, ele passa. Começo de outono, vento gelado. Usava um blazer escuro, todo lindo. Verde musgo? Foi o caminhar desengonçado que me pegou. De jeito. De vez. Parecia sério, mas não bem sério, daquele tipo cheio de receios. Parecia mais do tipo sou-bem-sozinho-embora-não-pareça-pode-chegar-perto-que-não-tem-problema. E naquele segundo em que meu olhar encontrou o dele, eu soube. Socorro, pensei. Que faço agora? Difícil contemplar tudo aquilo que pode ser. Porque você quer que seja, você tem fé. E sorri pensando em como pode ser bonito. Só que a espera dá agonia, tira o juízo. Te enche de dúvidas e medos. Bobagem. Script escrito. Falta o filme. O ator principal. Não importa mais o passado. Cicatrizes, memórias. Os tombos e as lágrimas ficaram pra trás. A gente deseja tanto nas noites frias e nas madrugadas de céu estrelado que apareça alguém e nos pegue, nos leve, nos ame e conforte. Deixa eu te levar? Prometo ser toda cuidadosa com teu coração. Me busca elegante, dourado, súbito. Chega perto, dá um jeito. Cedo aos teus impulsos e aos teus chamados. Juro. Vem?

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PERFEITO, assim como as outras coisas do blog da Paula - vale ver.

Comentários

to emocionada com o carinho!!!
beijossss
Bel Berzaghi disse…
Olha paula, se foi voce quem escreveu, parabéns! se não foi, ótima escolha...!

juju, a visita nunca é perdida no seu blog.

beijao

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