Fabrício Carpinejar / Ana Carolina - Desculpa...

Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente.
Desculpa, tudo que vivi foi muito profundamente...

Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços,
Guarda-me apenas uma fresta.

Eu que sempre fui livre,
Não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim, como se houvesse possibilidade de me inventar de novo.

Desculpa... Desculpa se te olho profundamente, rente à pele...
A ponto de ver seus ancestrais nos seus traços.
A ponto de ver a estrada onde ficam seus passos.

Eu não vou separar minhas vitórias dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim.
Nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser
Vibrante, errante, sujo, livre, quente.

Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente.

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