Maria Rita - Não Vale a Pena
Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício, ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível e depois enxergar
Que é uma pena, mas você não vale a pena
Não vale uma fisgada dessa dor
Não cabe como rima de um poema de tão pequeno
Mas vai e vem e envenena e me condena ao rancor
De repente, cai o nível e eu me sinto uma imbecil
Repetindo, repetindo, repetindo
Como num disco riscado o velho texto batido
Dos amantes mal-amados
Dos amores mal-vividos
E o terror de ser deixada
Cutucando, relembrando, reabrindo
A mesma velha ferida
E é pra não ter recaída
Que não me deixo esquecer
Que é uma pena, mas você não vale a pena
Comentários
Alguém capaz de escolher textos com tanta propriedade e bom gosto deve ter mais a falar do que você tem falado. Estou incomodadíssimo com seu silêncio. Ponha uma frase de comentário nesses textos. Uma jovem tão inteligente e tão calada é um desperdício. Satisfaça os fãs de seu blog. Se a Srta. persistir nesse mutismo, nós, os fãs, poderemos fundar uma associação e protestar na web. Um grande abraço, Srta. Juliana. Como eu já disse, simpatizo com a Srta. e seu blog.
Sugestão para puxar a língua: o que você faria se ganhasse 23 segundos adicionais de vida? Você comentou, mas não respondeu. Eu não me esqueci.